O dia que percebi que o mundo corporativo não era para mim

O dia que percebi que o mundo corporativo não era para mim

Eu sempre quis viajar mais, mas não sabia como. O ano era 2014, eu estava infeliz, mas não sabia o porquê. Ganhava bem, tinha um emprego “fixo”, estabilidade, um cargo alto em uma multinacional e trabalhava como analista sênior de marketing, após terminar o programa de trainees. Mas não era feliz. Ingratidão? Há pessoas que disseram que sim.

Acredito que a felicidade é muito mais que ter dinheiro para ter uma vida digna. Felicidade está relacionada a proposito e sentido de vida. Fazer o que ama sim, se sentir realizado sim. Lembro quando li o blog do casal Eme e Jaque, os nômades digitais, no qual falavam sobre “um minuto de coragem” que tiveram para largar tudo e empreender. Arriscar, viajar e trabalhar ao mesmo tempo. Lembro que foi minha carta de alforria ler sobre o que são os nômades digitais e como eu poderia ser uma. Esse foi o dia que decidi me tornar uma.

O dia que decidi me tornar nômade digital

Estava na empresa que trabalhava, um colega que não se dava muito bem comigo, virou meu chefe. Quando as coisas estão indo bem em nossa vida, a gente não reflete, não repensa e se acomoda. Quando tudo está indo mal, bate o desespero e essa é a hora de sair da zona de conforto e mudar. Eu estava triste e decidi que não fazia sentido o que eu fazia lá. Eu queria ser diferente, deixar um legado, criar minha marca, minha imagem pessoal, fazer a diferença. Queria me expressar pro mundo, expor o que eu sentia e tinha vontade, minhas felicidades, minhas dores. Comecei a pensar formas de ganhar dinheiro online, e aí surgiu o meu blog: Jornada Kamoi: Viagens e Felicidade.

Além do blog, que comecei como hobby e não ganhava nada com ele durante um ano escrevendo meus relatos de viagens toda semana, criei minha marca de camisetas que não existe mais. Após dois anos, decidi vender a empresa de camisetas. As coisas foram se ajeitando aos poucos. Naquela época, ninguém sabia ao certo como ganhar dinheiro com blog, e eu fui descobrindo aos poucos. Comecei a fazer roteiros personalizados de viagens, escrevi um ebook, comecei a dar palestras sobre felicidade, proposito e sentido de vida. Também sou sócia consultoria empresarial de negócios em Curitiba, onde realizamos plano de negócios, estudo de viabilidade, gestão financeira, plano de marketing e pesquisa de mercado, a Express Consultoria.

Inseguranças e como superá-las

Todo mundo sente medo. Eu tive, mas minha coragem foi maior que meu medo. Estabilidade no mundo corporativo não existe, no cenário político e econômico que vivemos. Sobrevive quem é mais criativo, quem sabe se reinventar. Se roubassem todo meu dinheiro, uma coisa ninguém tira: todo conhecimento que adquiri nesses quase 5 anos empreendendo. E se você for mandando embora hoje, o que faria? Como se reinventaria? E se não conseguisse se realocar no mercado de trabalho, o que você criaria?

Dinheiro cria mais estabilidade e segurança, portanto, sempre digo que antes de “largar tudo” comece guardando dinheiro, organizando, planejando, estudando. Não existe essa de largar tudo pra viajar. E não existe hora perfeita para isso também. Muita gente acha que sim, mas não dá certo. Para mim, deu certo porque guardei dinheiro durante 7 anos no mundo corporativo para viver feliz caso não ganhasse nada nos próximos dois anos. Foi tudo planejado, organizado e seguro.

E por fim, pense, o que de pior poderia acontecer se não der certo? Volte por mundo corporativo, porque após uma queda, você sempre volta mais forte e mais esperto. Você vai conseguir, acredite.


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